Terra de Nada
Quando disseram que haviam descoberto
E mesmo que sem tirar discaradamente
Escolhera um nome que combinasse com mulata
Que sem querer rimasse com bola
Assim que disseram que descobriam terra de nada
Caras pálidas pensaram que não deixariam
Desceram em terras de palmeiras para dizer
Provaram do açúcar e comeram toda gente
Sem pensar o que haveria de medo
Sem querer dizer algo de explicação
Deveriam descobrir já é tarde
O povo que vive aqui não pinta o rosto para assustar
Dançam para sorrirem de suas faces palhaças
Berrando uma voz sem som, sem dor
Bastam as chicotadas e virou belo
Não pagaram o aluguel pela posse de suas vidas
Sambaram em troca de poucos aplausos
Acreditaram de repente nas virtudes menos óbvias
Esqueceram-se de esquecer enquanto jogavam
E um novo povo já havia sido criado
Aí quando foram ver todos conviviam felizes
Os navios sujos de sangue negro eram de pó branco
Amaram-se porque havia ao certo falta de grito
Até o fim da descoberta não se soube
Que tipo de povo habitava tais terras