OS HERÓIS!
No silencio encontro o significado,
Que ficou perdido no tempo passante,
Preso entre os codificados,
Escrito a punhos pelos amantes,
Defronte a uma vela
Até mesmo na escuridão,
A invasão dos oceanos pelas caravelas,
Com seus heróis da desbravação,
Dominando os povos com sabedoria,
Dando-lhes presente, coisas bobas,
Construindo em cada ancoragem uma feitoria,
E enriquecendo suas coroas,
Escravizaram pessoas por não possuir alma,
Seguindo as ordens de Deus,
Construíram seus engenhos destruindo flora e fauna,
Ficaram ricos e se tornaram ateus,
Peço aos povos sem vestes,
Os quais “Caminha” descreveu em suas cartas,
Que meus engenhos se completem,
Para melhor cantar essa farsa,
E as musas que a mim prometem,
Deixar os pensamentos claros como cascatas,
Elevem meu canto até o longínquo,
Para que ouçam o povo cantado,
Dê-me igual o som do grito da araponga,
Não me dê igual o som do pica-pau,
Que eleva meu canto e estronda,
Arrepiando o corpo de quem nos fez mal,
Que atrapalha o silencio da tarde na varanda,
Mostrando a eles o nosso carnaval,
A alegria de um povo que ficou humilhado,
Num país que está estagnado,
D. Pedro I forte capitão,
Buscou melhoras com diplomacia,
Vasco Da Gama com a invasão,
Apossou-se de riquezas que seu país não tinha,
E tu, ó virgem dos lábios de mel,
Cantada por Alencar como beleza nordestina,
Um infeliz mancebo tornou a sua vida um fel,
Tirando a sua pureza de menina,
Tiradentes grande lutador contra o mal,
Foi traído e morto só porque pensou,
Que estava sendo roubado pela coroa de Portugal,
Enforcado no dia 21 de abril deixou orgulho para os que ficou,
E tu, criador do quilombo do Palmares,
Que lutou bravamente pela liberdade de seu povo,
Eram trazidos nos porões dos navios através dos mares,
Para serem escravos no mundo novo,
A regente assinante do papel,
Que libertou os escravos no dia 13 de maio,
Tens um nome simples, Izabel,
Mas libertou o povo como um raio,
Cantando espalharei como disse Camões,
Em sua obra prima, Os Lusíadas,
As conseqüências das debravações,
Que foram alem de suas vidas,
Miscigenando os povos com suas culturas,
Atendendo somente suas necessidades,
Quem não os aceitassem, iam à sepultura,
Não mediram esforços para causar mortandade,
Perseguiram os índios com a fé cristã,
Escravizando-os e até matando,
Deixando as florestas tristes a cada manhã,
Pois com muita fúria foram devastando,
Etnias exterminadas,
Porque não aceitarão a escravidão,
Deixaram nações pobres e bagunçadas,
Por serem colônias de exploração,
Onde toda a riqueza nacional,
Foi parar nas mãos do povo lusitano,
Deixaram somente um país pobre e sem moral,
Com a miséria e o analfabetismo se acumulando,
Produziram agricultura de monopólio,
Com a força provinda da escravidão,
Envergonharam até mesmo Apolo,
Deus da fraternidade e da perfeição,
Com seus engenhos invadiram o litoral,
Que viu crescer a princesa Tabajara,
E se apaixonar por um mancebo de Portugal,
Depois morrer com um filho nos braços esperando-o na praia,
Construíram senzalas para guardar os escravos,
Depois de um forte dia de trabalho,
Alguns tentavam fugir, mas logo eram capturadas,
E sofriam no corpo a dor do talho,
Os que conseguiam, fugiam para os quilombos,
Onde encontravam salvação com Zumbi,
Que foi capturado pelos colonos,
E morto por não fugir,
Existiram colonos que perceberam o mal,
Mas foram sacrificados antes de agir,
Como Tiradentes e um superior intelectual,
Tiradentes foi morto igualmente Zumbi,
Muitos outros ouviram os gritos e saíram da cabana,
Buscando também a libertação,
Denominada conjuração baiana,
Com o povo cantando a sua insatisfação,
Influenciada pela conjuração baiana,
Querendo para a colônia a independência,
Eclodida no Pernambuco “a revolução pernambucana”,
Com militares e padres lutando por uma crença,
Mas, graças a um povo heróico,
E com o líder D. Pedro primeiro,
Fizeram da emancipação fato histórico,
De um povo que sofreu muitos janeiros,
Sobre as margens do “Ipiranga”,
Ostentou a bandeira nacional,
Gritou com a voz limpa e branda,
Estamos livres de Portugal!