Poesia aos haitianos
Nos arrabaldes do Haiti
País irmão das Américas
Estrondo se ouviu ao sulco do chão
Prédios caíram por Terra
Irmãos por debaixo dos escombros
Como a avizinhar tremenda tragédia
E a irmã da Pastoral da Criança
Pregava amor em Igreja próxima
Irmãos nossos caídos pelo chão
Mortos e aprisionados
No meio dos destroços
A pedir água, sentir fome, passar frio
Agora, por lá, como aqui,
Muros não têm sono,
Já viraram estorvos
E nem história de amor para contar
As pedras silenciaram junto ao sangue
A paz que a natureza pediu
Não foi contemplada
Há de se considerar pequenos troncos
De árvores verdes silenciosas...
Agora o vermelho em ruas pobres
Choros constantes na multidão
E os gritos parecem dizer e não esperar
“Ajudem seu irmão! Ajudem seu irmão!”
Pátrias ricas se compadeçam do acaso
Salve o povo haitiano, em
dor e pranto, neste tormento
todo sofrimento, por Deus!
que Pai da Natureza
embeleza o peito sofrido
e o rosário de penas
de uma pátria sem estrelas...
Olhem os aviões que esperam
O desembarque da ajuda humanitária
Esqueçam a política internacional
Organizem as “hortas e os jardins”
Que se emaranharam confusamente...
Escutem as lágrimas inabaláveis
dos sobreviventes:
“Nações ricas, somos humildes
Ficamos em caos no terremoto
Pelo amor de Deus, reflitam:
“Ajudem carinhosamente o haitiano”!
“Que fale de amor e toque
a trombeta patriótica dos seus corações”!
bh, 15 de janeiro de 2010