Brasis: Diversidade Linguística e Cultural
Oh que saudades dos tempos de outrora
Da bela aurora, do ramo, da flor
Das tardes tranqüilas, do nobre carvalho
Das gotas de orvalho, da vida, do amor.
As manhãs perfeitas nascidas ao leste
O manto celeste em total perfeição
Trazia a brisa, o vento, o direito
Momento perfeito pro meu chimarrão
Os prédios, as ruas, um monte de gente
Eu vi de repente, parado a pensar
Um mano encostado, perto de um boteco
Cantando o traveco que estava a passar
Meu! Não acredito, era meu vizinho
Parado, sozinho, sendo original
Bem que eu sabia, o cara é viado
Dentro do esperado, ah, isso é normal
Mas lá pelos morro, as favela do Rio
Tu ouve um assobio, e já sabe qualé..
As prima te chama pra pegar um bonde
Tu vaza?, se esconde?, paga de mané??
Cumpadi, o mundo já ta diferente
O bagulho é quente, pode acreditar
Em todos os cantos, pra todos os lados
Com os bicos calados ninguém vai ficar
Por que dessa vida não se leva nada
As muié casada e as sortera tamém
Os home que corre atráis do dinhêro
No mor desepero, sem ter um vintém
Ói, moço eu lhe digo, cumpare cumigo
Um mondinimigo ocê já arrumô
Larga de bestêra, bobiça, doidêra
C’oas prosa minera nois indireitô!
Sou caba da peste, sô home ligêro
Ando o mundo intero e nunca parei
Fui ni nova Iorque, ô lugá bacana
Os home, as dama e os casal gay
Eis tudo educado, pidiro licença
Cum mó paciência, me ouviram falá
Muito respeitaro minha ignorância
O Ingrêis de criança, num sei pronunciá
Agora eu mando um recado profundo
Declaro pro mundo o que nóis aprendeu
Nóis somos humanos, num importa o que seja
Aonde esteja, ou aonde nasceu!
A raça, o credo, o jeito que fala
As roupa ô as tralha, isso não faz mal
Num vai impô regra, nunca determina
Que os mano e as mina seja tudo igual
Diferença existe pra ser respeitada
Té valorizada, com educação
Vestir a camisa, ser inteligente
Fazer evidente a grande Nação!