Esperança
Vi um velho tecendo a vida
Vigoroso, velava por seu manto
Manchado de Machados tupiniquins,
O tal Joaquim Maria de Assis
Outrossim por machados de sangue
Recebendo afeto de Bilac
Latejando o peito varonil.
Vi uma velha de sobrenome democracia
Ultrajada, trazia dor em seu pranto
"Ignóbeis filhos", rezava o acalanto.
Gigantes mares herméticos desbravaram
Bravios guerreiros de nobres anelos
Traziam punhos cerrados
Abnegados fardos
Ideais colossais
E em seu corpo, flagelo.
Vi uma criança inocente
Que de rever o passado se ria
No coração tinha pureza
Nas mãos trazia paz
E na mente uma certeza
De que o futuro não se espera, se faz!
Eu vi um velho, uma velha e um menino
O menino era a esperança, púdica lembrança
A velha era a república
Preclusa, caduca e senil
E o velho meu país
Pátria amada, céu de anil
O intrépido gigante,
Terra esplêndida e querida
Forte e grande és tu Brasil!
Inspirado em “Vidência” do grande Paulo César Pinheiro