POVO DO MATO- CAINGUANGUE
Um barco sem rumo, sem timoneiro
Um andarilho, vagando sem dinheiro
Ambos parceiros
Poço sem fundo, sem saída
Arvores frondosas de outrora
Hoje, carcomidas, tombadas
Errantes dos becos escuros
Fabricantes de cestas
Povo do Mato, Cainguangue
Coxilhas, flechas, flechilhas
Calçadas, moradas, derrocadas
Lanças partidas, vidas quebradas
Tetas magras caídas
Filho desnutrido sugando
Orgulho ferido, enterrado
Donos da terra
Mãos estendidas, esmolando comida