Pátria Amada, Brasil...
Pátria Amada, Brasil...
Jorge Gonçalves Junior
Como pode ser minha e a tantos terdes,
Se a luz que alumia seus prados verdes,
Clareia pela noite adentro na imensidão,
A prata derramada do luar perene e cheia,
Ao amanhecer na imensidão deste chão.
Deste chão que piso, mas, quero beijar,
A terra que cavo e planto pra tudo dar,
Tudo aqui se pode ter e é abundante,
E mesmo sem querer parodiar Caminha,
Este teu filho, que é sempre um amante.
Vejo donde estou, terra mole à frente,
Lamacenta inserção fugaz indecente,
Democracia interpretada de inversões,
Natividade abstrata de um novo século,
De um reino encantado por comissões.
Aparvalhado não acredito nos meus,
Atritado na política de tantos ateus,
Podridão que avassala nosso palácio,
Meu grito cala em silencio, balbucio,
Pior que se saber em minoria, é o ócio.
Que pese a tudo, não há que desistir,
Fábulas e fatos isolados a persistir,
Posto, que tudo é passagem transitória,
De uma grande mudança profanada,
Que ainda assim, ficará para a história.
Pena que não vale a pena recorrer,
Desgosto de um regresso a sofrer,
Apaixonado por um pavilhão viril,
Mais um apenas, a exaltar e cantar,
Nosso hino: Pátria amada... Brasil!
Guarulhos 19/09/2006