A CADEIRA DO DRAGÃO

Aonde foram parar as minhas unhas,

Minhas roupas e minha honra?!

Não sei que horas são, que dia é hoje;

Amarrado à essa cadeira de alumínio,

Esse tempo de chumbo, não passa!

Aonde foram parar as minhas unhas,

Meus sonhos e minha mulher que ainda

À pouco estava aqui sendo enrabada

Na minha frente?!

Não sei o que eles querem

Ou me perguntam.

E até o meu nome verdadeiro ou falso,

Eu já esqueci.

Fui preso(sequestrado) em plena luz

Do dia

E encerrrado na escuridão desse porão

Mal-assombrado por gemidos moribundos.

Fui açoitado com fios desemcapados e ligados

À sanha de meus inquisidores.

E aonde foram parar as minhas unhas,

Minh'alma e a saída desse inferno?

Meus gritos ináudiveis de preso político,

Abafam as rajadas e os gritos de vitória

Da guerrilha urbana sobre a superfície.

E assim como minhas unhas

E tudo o que me foi arrancado

Pela segurança nacional,

Eu também desapareço nas páginas

Da história e da anistia, mas não entregando

Nenhum companheiro.

MEU BLOG POÉTICO:

http://reinodalira.wordpress.com