SÃO PAULO

Que cidade, meu Deus, que cidade!

Sol, fumo nauseabundo,

Poluindo nosso fundo

Natural, tão bonito

Que lugar pra se viver

Coches para todos os lados

Ninguém sabe aonde vão

Fico tonto. Ê confusão!

Em que lugar eu vim parar!

Que lugar tão rechaçável

Que terrinha impensável

Em que lugar eu devo estar!

Numa faixa de pedestres,

Quem pode se guiar

Na Avenida Paulista

Quem pode se encontrar?

Que lugar pra se morar!

Nas esquinas suburbanas

Que se pode encontrar?

Mulheres, homens, bananas

Crianças nuas a brincar...

Que lugar pra se viver?

Nessa confusão urbana

Quem poderia enxergar

No céu poluído, sujo

Um estrela a brilhar?

Donde eu devo estar?

Passageiros, viandantes

Transeuntes, motoqueiros

Espere um instante

Vou fechar o vidro do carro...

Pra onde devo me guiar?

Morumbi, Itaquera, Butantã

República - não tcheca, brasileira

Sé, Anhangabaú!

Museus, parques, diversão

Rios velhos, sujos, podridão

Belezas, paisagens urbanas

Sujeira, gente morta na cama

Bala perdida

Ninguém vai procurar?

Rio de Janeiro? Não

São Paulo de algum lugar

Roma, Itália, que lugar?

Não, Brasil, Sudeste

Segui adiante

Mas não ligue

Pras placas

Nem pras leis de trânsito

Isso é só

Pra embelezar

Ricos, pobres

Mendicantes

Carros, carroças

Cavalos...

Bikes, motos, pés, sapatos...

Ê São Paulo, meu santo

Minha santa cidade!

Se não fossem teus encantos

Já teria ido embora

Com muito menos idade

Luiz Carlos Martins B Bueno Dantas de Oliveira
Enviado por Luiz Carlos Martins B Bueno Dantas de Oliveira em 04/03/2009
Reeditado em 04/03/2009
Código do texto: T1468634
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