SÃO PAULO
Que cidade, meu Deus, que cidade!
Sol, fumo nauseabundo,
Poluindo nosso fundo
Natural, tão bonito
Que lugar pra se viver
Coches para todos os lados
Ninguém sabe aonde vão
Fico tonto. Ê confusão!
Em que lugar eu vim parar!
Que lugar tão rechaçável
Que terrinha impensável
Em que lugar eu devo estar!
Numa faixa de pedestres,
Quem pode se guiar
Na Avenida Paulista
Quem pode se encontrar?
Que lugar pra se morar!
Nas esquinas suburbanas
Que se pode encontrar?
Mulheres, homens, bananas
Crianças nuas a brincar...
Que lugar pra se viver?
Nessa confusão urbana
Quem poderia enxergar
No céu poluído, sujo
Um estrela a brilhar?
Donde eu devo estar?
Passageiros, viandantes
Transeuntes, motoqueiros
Espere um instante
Vou fechar o vidro do carro...
Pra onde devo me guiar?
Morumbi, Itaquera, Butantã
República - não tcheca, brasileira
Sé, Anhangabaú!
Museus, parques, diversão
Rios velhos, sujos, podridão
Belezas, paisagens urbanas
Sujeira, gente morta na cama
Bala perdida
Ninguém vai procurar?
Rio de Janeiro? Não
São Paulo de algum lugar
Roma, Itália, que lugar?
Não, Brasil, Sudeste
Segui adiante
Mas não ligue
Pras placas
Nem pras leis de trânsito
Isso é só
Pra embelezar
Ricos, pobres
Mendicantes
Carros, carroças
Cavalos...
Bikes, motos, pés, sapatos...
Ê São Paulo, meu santo
Minha santa cidade!
Se não fossem teus encantos
Já teria ido embora
Com muito menos idade