A criança e a brisa

A criança e a brisa

Silvânia Mendonça Almeida Margarida

23.12.2007

“Ouviram dos” quatro cantos do mundo

“Em margens plácidas”

onde as ondas se espraiam

e as garças dão meia volta

com pescoços compridos, a espreitar,

paisagem amena e suave,

do vento a bailar

e brincam na beira da praia,

“a força dos campos, o céu estrelado”

Para sentir uma brisa suave,

“idolatrada, salve, salve”

“Se penhor da igualdade”, naturalmente,

traz garças e aves diversas,

que a brisa consegue conquistar

“com braços fortes”

“O seu seio, o seu peito”, à própria vida.

E lá vai a brisa,

Aos quatros cantos do mundo,

Erguendo sua música suave de vento

“seus risos, lindos campos, têm mais flores”

Por onde passa, “os bosques têm mais vida”

Na conquista de todos os amores.

Noites e madrugadas afora

no caminho das estrelas

E na solidão da escrita

A brisa contida, pergunta...

E na trajetória do destino

E no reflexo dos espelhos

Conheceu um alguém

E, indagou, aflita,

Quem é quem?

Quem é este ser tão especial?

Que bate em meu ombro

E não se espanta

E me deseja com os olhos

Ao esvoaçar dos seus cabelos

As mãos serenas a brincar

Noites e madrugadas felizes

Que pureza é esta?

Que parece brincar com as flores

Da sua mais amada esperança

De onde ele vem e para onde vai.

Não sabemos, responderam

“Terra adorada no mais raio vívido”

Ela só existe se a quisermos

Quando eu, feito criança assustada

Escondo-me de você, de suas perguntas diretas

É somente para ver se os preservo submersos

Meus medos mais sombrios, minhas portas mais secretas

Não me assuste brisa, amo você, preciso de você....

A brisa noturna que construíra

gigantesco canteiro de obras

tinha-se ido, não poderia ficar

deixou criança com seu destino,

ergue a cabeça, com o olhar.

Sorri, e responde confiante,

Vou deixar-lhe pedaço de mim,

Para você se eternizar

Aos poucos, toda a vegetação da vida

desapareceu, devorada pela

espessa neblina da manhã.

Agora, Brisa e Criança

suas almas se unem

E formam imagens não distorcidas

A criança e a brisa voam

Pelo infinito universo das letras.

Na leveza do efêmero

No amparo das nuvens

Não temem o “solo gentil”

E sol, dono do saber

E a liberdade, propriedade do querer

Ajudam

Este compasso de amor,

Às vezes, se escutam em música inédita

“ao som do mar e à luz do céu profundo”.

Poesia pertencente à Silvânia Margarida

Paráfrase de pequenas partes do Hino Nacional da República Federativa do Brasil

Silvania Mendonça
Enviado por Silvania Mendonça em 31/08/2008
Reeditado em 16/07/2009
Código do texto: T1154669
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