Batalhas da Vida
Foguetes pipocam no ar,
elevam-se no espaço iluminando,
na tarde de um dia de verão,
apoiado no balaústre da escada,
do acesso à porta da igreja,
admirando as roseiras que florescem,
num quadrilátero meio escondido,
pequeno, mas bem conservado,
o brilho nas pedras acinzentadas,
aquecidas com o calor dos raios,
suave do azul pálido do anoitecer,
no alto da torre da catedral,
o badalo do sino repica,
porque esta na hora de se recolher,
no claustro das pálidas colunas,
pequenas, mas fresca é a penumbra,
ali pensando imóvel fico,
nas perturbadoras emoções que constrangem,
das lindas mulheres que me olham,
e eu sequer posso me envolver,
pois não quero fazer ninguém sofrer,
logo serei obrigado a partir,
pegar minha farda e o pesado fuzil,
a guerra mais adiante me espera,
meu semblante alegre vai embora,
feito animal selvagem estarei,
nas matas como caça ou caçador,
para tocaiar ou fugir do meu algoz,
enquanto superiores as ordens darão,
nós soldados rasos apenas cumpriremos,
até quando resistiremos não sabemos,
se o triunfo da vitória conquistar,
certeza é que as honras não serão nossas,
abrilhantados pela honrosa derrota,
dos inimigos que lutam bravamente,
serão os comandantes que terão a glória,
os soldados que estiveram à frente da batalha,
nem honra terão de serem lembrados,
quando voltarem para casa cansados,
muitos inteiros outros mutilados chegarão,
o resquício maior é o consciente,
das batalhas fervorosas e quentes,
levarão no peito a tristeza de algo perdido,
ficarão para trás tantos companheiros,
que por sina não tiveram a mesma sorte,
neste retorno do campo de batalha,
outra grande guerra será travada,
libertar-se das angustias passadas,
a partir de agora uma nova vida,
lembranças levarão anos para serem esquecidas,
e nada melhor nesta etapa vindoura,
ter a família apoiando seus atos,
dando toda atenção e muito carinho,
e só assim poder ganhar a guerra,
que vai travar em sua alma.