INVIDIA

 

Enquanto houver veneno em minha mente,

sempre haverá veneno em minha vida.

Toda manhã, assim que eu desperto,

bebo um copo de veneno

para me manter erguida.

 

Boatos surgem: dizem que bebo enveneno,

na espera que, do outro, haja partida,

mas tudo isso é falso, não passa de mentira!

Enquanto os sóbrios dormem,

o veneno sara minhas feridas.

 

Se há veneno na minha mente,

há veneno em mim.

Amanheço cada vez mais disposta

e mais próxima do meu fim.

Eu bebo um copo de veneno

todos os dias, para me sentir assim.

 

Boatos surgem: dizem que sou carente ou

que desejo aquilo que é do outro,

mas tudo isso é falso, não passa de mentira!

Enquanto os sóbrios escalam, o veneno trabalha;

trabalha, e trabalha sobre meu corpo e espírito.

 

Enquanto houver veneno em minha mente,

sempre haverá veneno em minha vida.

E, toda manhã, quando eu despertar,

beberei um copo deste veneno,

aguardando meu progresso chegar.

 

Quem sabe se um dia ele não virá?

Até lá, brindarei meus fracassos

com uma boa dose de veneno.

Cauã Rocha Inácio - 18 anos
Enviado por Ilda Maria Costa Brasil em 22/11/2024
Código do texto: T8203068
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