INVIDIA
Enquanto houver veneno em minha mente,
sempre haverá veneno em minha vida.
Toda manhã, assim que eu desperto,
bebo um copo de veneno
para me manter erguida.
Boatos surgem: dizem que bebo enveneno,
na espera que, do outro, haja partida,
mas tudo isso é falso, não passa de mentira!
Enquanto os sóbrios dormem,
o veneno sara minhas feridas.
Se há veneno na minha mente,
há veneno em mim.
Amanheço cada vez mais disposta
e mais próxima do meu fim.
Eu bebo um copo de veneno
todos os dias, para me sentir assim.
Boatos surgem: dizem que sou carente ou
que desejo aquilo que é do outro,
mas tudo isso é falso, não passa de mentira!
Enquanto os sóbrios escalam, o veneno trabalha;
trabalha, e trabalha sobre meu corpo e espírito.
Enquanto houver veneno em minha mente,
sempre haverá veneno em minha vida.
E, toda manhã, quando eu despertar,
beberei um copo deste veneno,
aguardando meu progresso chegar.
Quem sabe se um dia ele não virá?
Até lá, brindarei meus fracassos
com uma boa dose de veneno.