Se eu escrevesse
Se eu escrevesse em minha cabeceira repousaria dois dedos de água cacimbada, uma caixa de fósforo vazia e um cotoco de vela derretida, fundada, uma caneta quebrada, quase vazia, uma caderneta velha de capa descolorida com orelhas rasgadas, folhas amassadas e amareladas, do tempo, da saliva ácida que assina minha digital.