Olhos miúdos
Olhando para trás dissemos adeus um ao outro. Ela me olhava com as pupilas miúdas, suplicantes. Como se não acreditasse no que via e lia em meus olhos. Não tivemos tempo de nos acudir, uma tristeza! Esperei que todos os meus gritos calassem abafados por minhas mãos. Fui andando, andando... virado de costas para o meu destino até que a corcova da rua nos fizessem perdermos de vista. Cada passo adiante era uma pancada em meu peito. Depois de algumas horas já trotava como um cavalo bravo. O sofrimento, inconfessável, vinha do fundão da alma, repicava do lado esquerdo do peito. Diria: quase uma facada, daquelas de matar porco gordo pelo sovaco. Parti de volta para o meu encontro, mergulhei fundo, de ponta-cabeça. Não me encontrei mais.