Eu e o cavalo
Ando arrastando a língua, a estrada é longa e atravessada. O sol está queimando os meus neurônios. Pode acreditar! Angustiado vou trotando ao ritmo do meu cavalo. Nas encruzilhadas, refuga. Com ele, também eu. A caminhada é sempre longa. É de dar medo em tatu-verdadeiro. Mas sigo ferrenhamente os meus propósitos, que não são muitos. __ Não sei se a empreitada vale a pena ou não. Penso que para o cavalo é tudo sem sentido, vai para onde mando, isto é péssimo. Queria que tivesse vontade própria, que não me obedecesse tão cegamente. Suas feições já me causa estranhamento, seus passos, antes suaves e leves, agora não suportam seu próprio peso. Por conseguinte, converso com ele. Me lembro de Fabiano e sua cachorra Baleia. Todavia, não se aperrei, não mato o meu cavalo! Deixo que o vento nos leve até o fim da linha. Se o fim for a morte, quero ir primeiro. A cova que nos resta, não cabe o cavalo.