Machado
Sempre desejei ser um Poeta. Desde quando era um menino arteiro, que andava de calça curta, mostrando as canelas fininhas… Coisa de criança descalça. Queria ser um Machado, não o de Assis, esse nem pensava, era grande demais para os meus propósitos. Queria ser um machado de verdade, uma ferramenta que cortasse ao meio as minhas palavras tortas, cheias de nós, que não dão acabamento aos versos. Acho até que não matutei direito sobre esse pensamento obtuso, essa vontade que nasceu das entranhas dos meus ossos e que ainda vive dentro de mim.
Minha mãe dizia que eu era doido, doido de nascença, uma cabeça sem cura. Mas fui teimando comigo mesmo, uma teima sem muito juízo. Foi assim que cheguei até aqui…