AFÃ
Desejo saber o quanto de mim
Ainda cabe em meu corpo,
O quanto de nós ainda ouve
Enquanto estamos sós,
Vivendo o coração do momento
E compreendendo melhor
O quão efêmero é o próprio desejo
A angústia de viver desenganada
Pelos freios terrenos da vida;
Desejo saber, por que calas
Se em teu corpo moram as vozes
Que ecoam e gritam ao mundo?
Por que calas, afinal? Apenas escreva, então.