VIAGEM
imersa neste mar tão imenso
até quase me falta ar
nado de peito aberto
entrego-me
no sentimento, inundo,
pois o que sinto já é tão profundo
sequer dou pé
devo ter virado sereia,
mas ainda me lembro da sensação da areia
só que, por agora,
meu coração pelas ondas passeia;
velejo de sul ao norte;
afinal, o mundo é sem beira;
a bússola, sem destino;
deve ser essa a minha sorte
a passagem de cada margem,
viagem que me mantém inteira