URUBUS
Os urubus pulavam de um lado para o outro
Numa dança frenética no meio da estrada.
Estavam fazendo um “Quarup” em honra a uma carcaça de cachorro.
Ninguém sabia como aquele cachorro havia morrido nem de quem era,
possivelmente era um vira-latas andarilho
Que fora atropelado pela falta de educação do brasileiro no trânsito,
O “Stress” da vida moderna.
O Canino caiu encostado ao meio fio e ali deve ter ficado.
Quando os carros e os bacanas passavam contorciam-se de nojo.
Os urubus paravam o estranho ritual e esvoaçavam os arredores,
Impregnando aquele ar fétido.
Tudo só acontecia quando os carros e os bacanas passavam,
mas,sempre chegavam mais cachorros para serem mortos
E mais urubus para limpar as carcaças.
Porto Velho 11/08/1997