Nos braços do nada
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Eu relutei
mas avancei!
A vida
me convidando a ir,
eu fui...
Fui sim!
Havia um fim
de linha na trilha
demarcada
no mapa
do meu rosto.
Eu fui sim!
Fui desbravando
o escuro
só pra ver uma luz.
No caminho,
tropecei,
caí,
levantei,
degluti,
digeri,
vomitei
e me refiz no refluxo
que vem da alma
com gosto
de caminhada torturada
na negligência humana
da indulgência.
Chego enfim,
no fim do começo,
vejo a luz
quase apagando...
Sinto-me no ventre!
Sinto-me no ventre!
E antes do recomeço,
me deito nos
braços do nada
pra descansar.
Só pra descansar!
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