Nos braços do nada
***
Eu relutei
mas avancei!
A vida
me convidando a ir
e eu fui.
Fui sim!
Havia um fim
de linha na trilha
demarcada
no mapa
do meu rosto.
Mas eu fui!
Fui desbravando
o escuro
só pra ver uma luz.!
No caminho,
tropecei,
caí,
levantei,
degluti,
digeri,
vomitei,
mas me refiz no refluxo
que vem da alma
com gosto
de caminhada torturada
na negligência humana
da indulgência.
Chego enfim,
no fim do começo.
A luz?
Vejo a luz quase se apagando!
Sinti-me no ventre!
Sinti-me no ventre!
E antes do recomeço,
me deitei nos
braços do nada
pra descansar.
Só pra descansar!
********