Nos braços do nada

***

Eu relutei

mas avancei!

A vida

me convidando a ir,

eu fui...

Fui sim!

Havia um fim

de linha na trilha

demarcada

no mapa

do meu rosto.

Eu fui sim!

Fui desbravando

o escuro

só pra ver uma luz.

No caminho,

tropecei,

caí,

levantei,

degluti,

digeri,

vomitei

e me refiz no refluxo

que vem da alma

com gosto

de caminhada torturada

na negligência humana

da indulgência.

Chego enfim,

no fim do começo,

vejo a luz

quase apagando...

Sinto-me no ventre!

Sinto-me no ventre!

E antes do recomeço,

me deito nos

braços do nada

pra descansar.

Só pra descansar!

********

Narinha Lee
Enviado por Narinha Lee em 13/08/2022
Reeditado em 01/12/2023
Código do texto: T7581143
Classificação de conteúdo: seguro