Nos braços do nada

***

Eu relutei

mas avancei!

A vida

me convidando a ir

e eu fui.

Fui sim!

Havia um fim

de linha na trilha

demarcada

no mapa

do meu rosto.

Mas eu fui!

Fui desbravando

o escuro

só pra ver uma luz.!

No caminho,

tropecei,

caí,

levantei,

degluti,

digeri,

vomitei,

mas me refiz no refluxo

que vem da alma

com gosto

de caminhada torturada

na negligência humana

da indulgência.

Chego enfim,

no fim do começo.

A luz?

Vejo a luz quase se apagando!

Sinti-me no ventre!

Sinti-me no ventre!

E antes do recomeço,

me deitei nos

braços do nada

pra descansar.

Só pra descansar!

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Narinha Lee
Enviado por Narinha Lee em 13/08/2022
Reeditado em 02/10/2024
Código do texto: T7581143
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