OLHO-TE

(Sócrates Di Lima)

Olho-te nas entrelinhas,

Não sinto com firmeza

teu sentimento nas tuas linhas,

vejo nelas um tom de incerteza.

Olho-te com os olhos do pensamento,

e nestas pálpebras um que de desalento,

há uma triste pausa neste sentimento,

que mais parece um semblante desatento.

Talvez uma triste dificuldade

que envolve a régua da distância,

Já não sinto a mesma saudade,

Nem aquele tom de tolerância.

Olho-te e vejo devaneios...

meu coração toca minh´alma com serenidade,

meu corpo aquietado sem anseios

já sentiu a distância que este olhar invade.

Não sei ao certo se é desencantos,

Ou talvez o medo das dores do momento que é pior,

Pois, há lá fora um mal que derrama prantos,

E por isso faz a distância ser ainda maior.

Então vou deixar meu coração de sobreaviso,

vou deixar esse olhar entre a janela e o horizonte,

quem sabe ao se perder a vista não se perca isso,

E o jeito de olhar-te seja sem fonte!

Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 08/06/2021
Código do texto: T7274312
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