É de manhã toda vez

Onde arde o coração mais calmo?

É de manhã toda vez,

e há o chão corrido,

e há o olhar que vê o cós da estrela,

e há o olhar que nem com a luz da lua,

e há nas coisas secos e molhados,

e um trem de algum lugar há de agitar o vento,

(com este breve silêncio intercalando a rima)

e a chuva em cima do telhado o vão do vigamento,

e há notas de oboé tocando ao fim do dia,

e há de socorrer-me o vermelho dos lábios

(nem Bach, Vivaldi, Strauss ou Morricone)

a rosa ao meu quintal que encerra a poesia.