O destino é pontual
Perdi o bonde da história
Cheguei atrasado e mal
Mas fixei na memória:
O destino é pontual
Com conhecimento de causa
O bicho-preguiça
Fez uma longa pausa
Nas minhas retinas
Catarata interrompe
Cenas fesceninas
Nas profundezas do decote em V
Dorme a libido emancipada
Que até cego vê
Sob a blusa côr-de-roda
Há ninfo-literatura
Em verso e prosa
O poeta quase assexual
Vê a ninfa seminua
E não passa mal
Com rara maestria
Eclipse roubou a lua
À luz do dia
Tem o estranho costume
De assentar suas bases
Sobre inacessível cume
Tão fora do normal
Como um galo saudando
A aurora boreal
O popular mirou a populaça
Rangeu os dentes
E saiu à caça
Mistérios da vida
Não autuarem o câncer
Como homicida
Seguro de si
O cão mirou no ditador
E fez xixi