Poema dedicado a: (1) Pablo Crocodilo, personagem imortal de: “Histórias de Ventania”, de Eliane Accioly

Poema dedicado a:

(1) Pablo Crocodilo, personagem imortal de:

“Histórias de Ventania”, de Eliane Accioly

(2) Liria Lula da Silva Porto,

Poeta internacional e atemporal

nascida em Araguari,

Triângulo Mineiro

(3) Tania Diniz, poeta-musa,

criadora do Mulheres Emergentes, o Sensual em Cartaz,

espalhadora da poesia nas Geraes, Brasil e Mundo

(4) Poeta Rubens Jardim, cantador, publicador e divulgador da poesia feminina

(5) Lucia Fabrini de Almeida, poeta que traz a Índia para habitar entre nós

(6) Silvia Anspach, por “Arte Cura e Loucura” e tantas cumplicidades.

(7) Lucia Santaela, que jamais deixará de ser Estrela Guia de minha bússola.

(8) Doris Accioly Por Deus e Silva, por ontem, por hoje e por amanhã.

(Um)

E porque vida

é vagabunda

tenho a sina

de errar

Sua sina,

a de ficar

a minha,

a de dar notícias

(Dois)

Por caminhos

ando eu:

em partituras me escondo

em dó lá e si bemol,

e nas telas da pintura,

se cada uma é única

todos sabem, é plural,

sou transtornada

e perdida

(Tres)

Dinheiro tenho não

e não carece:

pratico o escambo

economia da vida,

aprendida com

o tal do homem negro,

e com o índio

escravizados lá no passado

(nem tão passado,

aliás muito atual)

pelo tal do homem branco...

Ai ai, este daí,

ai ai, esse daí,

daí sesse,

aquele que se acha um grande,

o tal, mora num tal de círculo

perverso e

tragador de alma,

O círculo criado

pelo homem branco

que de yin e yang

não tem de nada

Para o homem branco,

excluindo uns muitos

exemplares,

com a graça

do Deus de Guimarães Rosa,

a sabedoria do oriental

não passa de um triz

passando fino pente..

... mas, não adianta, seo,

que a vida se vinga

se multiplica,

me multiplica,

te multiplica

(Quatro)

Pois bem,

sofrendo d´arte de sonhar

e da espreita a arte

adoeço e quase morro

de um ponto aglutinado:

(Cinco)

Monto peças e teatros

corto circos e bordéis

bandas cordéis e jograis

tropeis em cata do ouro

diamantes de Estrela do Sul

tudo muito singular

apesar de esquisito,

tudo muito misturado

e claro como cristal,

cada cena um sonho,

cada sonho um ideograma

e cada ideograma um poema

Paratibum bum bum bum bum

Paratibum bum bum bum bum

Paratibum bum bum bum bum

Paratibum bum bum bum bum

Chocalho

prato

guitarra

flauta

piano

viola

(Seis)

Abençoado o que envelhece

celebrado e cantado

por ser pai de menestreis:

Chocalho

prato

guitarra

flauta

piano

viola

(Sete)

olha o pai dos escritores!!!

largo cabelo branco

Quem?

O pai dos poetas

vem ver

Quem?

Olha o pai dos maestros

Quem?

O pai dos dançarinos, olha

Quem?

Olha o pai dos equilibristas

Quem?

Bom, a gente sabe

mais dos menestréis

que do pai deles...

uai sô, aquele ali,

camisa xadrez

de fustão,

cor d´água

furtada cor

Quem, sô?

Bobão, corre,

anda sô,

vem ver

anda, corre,

vem ver

vem ver

a banda passar:

Paratibum bum bum bum bum

Paratibum bum bum bum bum

Paratibum bum bum bum bum

Paratibum bum bum bum bum

Chocalho

pratos

guitarra

flauta

piano

viola

com direito a panelaço

(Oito)

Deixo o olhar do coronel

deixo o olho do jagunço

caminho redondo,

me abraça

o caminho do meio

(Nove)

O poeta traz

a infância

onde eu chorava

e brincava

Onde a menina

comportava

irreverência

e riso

Cadê Jeová

cadê Jeová

saiu dizendo

vou ali

e volto já...

e não voltou por que

por que será

á

á

á

á ?

?

?

(Deis)

Chocalho

prato

guitarra

flauta

piano

viola

(Nove)

Eu sou pobre

pobre

pobre

de marré

marré

remi

eu sou rica

rica

rica

de marré

dessi

Chocalho

prato

guitarra

flauta

piano

viola

Paratibum bum bum bum bum

Paratibum bum bum bum bum

Paratibum bum bum bum bum

Paratibum bum bum bum bum

(Deis)

Porque vida é vagabunda

tabús violo

toco sinos

crio garças em Laranjeiras

e clamo SOCORRO

a Graça Graúna

que não ezita em me acudir