PRECE LATENTE

Eu já nem sei

Se o rosto que o espelho reflete é o meu

Ou de um impostor

Já não tenho certeza de nada

Do certo e do errado

Do ódio e do amor

Não sei se dobro a esquina

Se tiro a mascara do desconhecido

Ou se pago pra ver

Não sei se continuo em frente

Se sento e espero

Ou se saio a correr

Sinto os longos braços do tempo

Tentando me envolver

E o precipício da eternidade se aproximar

O monóxido de carbono me envenena

Minha alma geme, mas Deus aumenta o som.

Pra poder não me escutar.

Eu passo os olhos ao meu redor

Um menino puxa o meu paletó

E me implora uns trocados

Outros perambulam entorpecidos de crack

Mas parecem invisíveis, ninguém os enxergam, são ignorados

Alguém passa correndo, se ouvem alguns tiros,

O pânico é total em meio à multidão

Um corpo imóvel estendido no chão

Olhares curiosos, é mais um que foi confundido

Com ladrão

Um olhar para o céu, o choro comovente

A prece latente

De quem a vida inteira

Aprendeu num criador confiar

Mas é que no momento ele esta ocupado

Na beira da piscina, tomando wisck, ouvindo

Som alto e não vai conseguir lhe escutar.

Sinto muito se tua ilusão veio ao chão

Cedo ou tarde isso um dia iria acontecer

A verdade agora esta em sua frente

Deus em momento nenhum as tuas perguntas ira responder.

sevlas
Enviado por sevlas em 10/11/2016
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