PRECE LATENTE
Eu já nem sei
Se o rosto que o espelho reflete é o meu
Ou de um impostor
Já não tenho certeza de nada
Do certo e do errado
Do ódio e do amor
Não sei se dobro a esquina
Se tiro a mascara do desconhecido
Ou se pago pra ver
Não sei se continuo em frente
Se sento e espero
Ou se saio a correr
Sinto os longos braços do tempo
Tentando me envolver
E o precipício da eternidade se aproximar
O monóxido de carbono me envenena
Minha alma geme, mas Deus aumenta o som.
Pra poder não me escutar.
Eu passo os olhos ao meu redor
Um menino puxa o meu paletó
E me implora uns trocados
Outros perambulam entorpecidos de crack
Mas parecem invisíveis, ninguém os enxergam, são ignorados
Alguém passa correndo, se ouvem alguns tiros,
O pânico é total em meio à multidão
Um corpo imóvel estendido no chão
Olhares curiosos, é mais um que foi confundido
Com ladrão
Um olhar para o céu, o choro comovente
A prece latente
De quem a vida inteira
Aprendeu num criador confiar
Mas é que no momento ele esta ocupado
Na beira da piscina, tomando wisck, ouvindo
Som alto e não vai conseguir lhe escutar.
Sinto muito se tua ilusão veio ao chão
Cedo ou tarde isso um dia iria acontecer
A verdade agora esta em sua frente
Deus em momento nenhum as tuas perguntas ira responder.