O que há de bom
“uma espécie de solidão de não pertencer”
– Clarice escreveu sobre este estado do ser humano. Um sentimento nu. Escrita que permeia de sentir-se sozinha num mundo ilhado. Num ambiente de gentes carentes de olhar, ver e escutar o outro. De pessoas que se esbarram distraídas com o imediato, e quem sabe por isso, não se relacionam, não se correspondem. Será por medo?
Então, para não perder a vontade apaixonada, interrompe a leitura para: escrever, escrever, escrever... Sobre o próprio não pertencimento. Lindo como ele só. Quase invisível as palavras saem, sabe por quê? Por necessidade de vida, mesmo que seja só. A mulher estranha ressurge e segue o caminho seu. Insiste em voar o voo.
A cada leitura renasce a vontade louca de escrever, escrever, escrever... Uma satisfação viciada, positiva. Linda como ela só. Impossível parar o fluxo das palavras. Pois parar implica interromper a respiração. Envolve não saber o resultado de si mesmo. De alguém que nesse ponto a vida, carece de estímulo, de prazer inteiro, concreto. Escrever com paixão dá à mulher estranha, alegria de viver nesse meio sem reação, sem interesse pelo o que é transcendente...