As Coisas
A fralda, o chocalho, o berçário
A porta, a janela e o armário
Desapercebidos pela distância
Da instância da infância.
Os tabuleiros, os bonecos, os dados
O tempo e suas funções de lado,
O soldado raso crescido na estante,
E a adolescência é uma constante.
Os livros, as mochilas, as canetas,
A mente viajando pelos planetas,
Até que a escolha é feita,
Onde o adulto agora se enfeita.
O carro, a lâmpada, o sonho
O conceito de amor enfadonho
Uma ilusória bruma da realidade
Que se casa em plena felicidade.
São essas coisas mínimas do dia,
Pela sua morta natureza se adia,
E que sempre se abreviam,
Até que outrem as desanuviam.
É uma sigilosa conspiração
De pequenos fragmentos
Essas coisas fornecem inspiração
Por mais breves que sejam os momentos.