As Coisas

A fralda, o chocalho, o berçário

A porta, a janela e o armário

Desapercebidos pela distância

Da instância da infância.

Os tabuleiros, os bonecos, os dados

O tempo e suas funções de lado,

O soldado raso crescido na estante,

E a adolescência é uma constante.

Os livros, as mochilas, as canetas,

A mente viajando pelos planetas,

Até que a escolha é feita,

Onde o adulto agora se enfeita.

O carro, a lâmpada, o sonho

O conceito de amor enfadonho

Uma ilusória bruma da realidade

Que se casa em plena felicidade.

São essas coisas mínimas do dia,

Pela sua morta natureza se adia,

E que sempre se abreviam,

Até que outrem as desanuviam.

É uma sigilosa conspiração

De pequenos fragmentos

Essas coisas fornecem inspiração

Por mais breves que sejam os momentos.

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 03/06/2016
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