Tempo de cura, tempo de medicação
De repente sentia livre para pensar o cativeiro
Junto, dentro e fora, não seria mais refémd
De tanto tempo passar nessa condição
Cansada de tudo não esperava mais nada do outrem
Longe foi chorar, foi pedir a limpeza de visão total ao sal das lágrimas
Foi até a beira do rio se banhar, lavar corpo e alma, recolher nas águas doces
Pedir para se libertar das cadeias de testas de ferro
Do entranhado circulo oprimido, amargo, infernal
De todas as convenções caóticas, falidas, abatidas, intoleráveis e horríveis
Da falta de delicadeza nos tais comportamentos contraditórios diários em geral
A voz de dentro, do coração, do eu, gritando toda tristeza na construção das palavras
Mais uma vez registrando o processo de soltura, de desapego, de desapontamento de tudo
Usando a simplicidade das palavras para não desistir de si nos momentos de redemoinhos
Utilizando o instrumento do eu meu simples
Do meu texto ralo considerado fora do contexto literário
Apenas ela, a palavra, para lembrar que tudo isso não é simples ponderar
Escrever alimenta o desejo de sair fora para outros mundos
De ser o que ainda não foi
De chamar a coragem de volta, para perto, bem perto do querer mais além
Sair do padrão, da linha, do limo, do equilíbrio, do eixo central
Se preciso for suplicar um milagre por ligações verdadeiras
Quiçá um dia o tempo vira levando a vida para outro nível de viver
Tirando o atraso de esperar todos os dias a falta de beleza, de amor, de leveza
Pensar, crer e fazer acontecer, por que a vida é mais, a vida é mais do que sobreviver
É seguir em frente corajosamente e chegar onde o bem querer reflete mais que tudo
É se fazer feliz um pouco, de novo, outra vez, ganhar a tal felicidade
Tem tantas outras coisas para experimentar, para vivenciar
Tanto mais para aprender, para conhecer, para fazer por si mesma
Priorizar o próprio ser, suas vontades, seu querer
Se dar mais e mais e mais prazer até o nunca acabar...