ZEUS

No tabuleiro de xadrez

 as muitas sombras zombam de mim,

 mas isso tudo é bem natural,

até ver anjos daqui no inferno à bailar

 como se fossem amantes,

numa noite de paixão.

Sem um Real nos bolsos e as

sementes de nozes alimetando os cães.

Agentes da depressão fazem a anatomia na carcaça do sabiá e

uma aventura em busca de paz é

resgate de cada dia,

uma família de ratos moram bem ali.

Procuro caçadores<br>

que me contem suas histórias,

as chamas da vida implacável,

as loucuras na idade da águia,

a rua que encurta na encruzilhada do Olimpo

e o principe ladrão que pula

no lago causando pânico entre os cisnes.

Algumas coisas no verão me faz

procurar provas nas

batalhas do nada mais.

A força total na construção de um novo santo forte

os mensageiros dos animais que se embreagam com as facas de dois cumes, as portas abertas do fundo para a entrada, a comunidade dos loucos com suas vassouras, o

acordo com a tempestade e um viajante que bate a porta<br>

em missão secreta.

Na retomada a ausência de todos,

na ratoeira, mil noites num rito de passagem, a vida que nos olha de lado sempre.

Memórias em diminutivos do azul

do céu, apenas mais um outono em Marte.

Ondas de Afrodite de cor lilas a minha espera.

Lembrança são  as inversões da linha imaginária de um hoje que morre ali, de um amigo imaginário recitando um poema, a curta distância mais longa, o sono e a tormenta que  aproximam.

Longe de casa o beija flor contempla as estrelas e os lobos uivam para lua num luau melancólico.

O rio e a mulher que lutam entre si na aurora,

a cor vermelha do sol,

o fogo a arder por trás da montanha,

os dormentes que carregam os trilhos dos trens,

a guerra dos pássaros e o rio das velhas que morrem aos poucos.

Vale apena os caminhos do novo,

O bom mundo tem o seu lugar,

 o velho e o novo no truque da mente.

Como será em casa andando pela terra vendo as estrelas no Caldeirão do céu?

São altas horas e volto ao passado,

retrato o ar e o debato com os caleidoscopios.