Ajude-me

Quando os movimentos dos passos ousados faltarem por receio de não conseguir sozinha. Me ouça pelo olhar quando faltar a voz das palavras. Me veja com carinho através do silêncio de minha boca calada. Perceba o quando é difícil falar de tudo que está virado, de tudo que está fora do lugar, onde eu queria, onde eu gostaria, do que sinto falta, do que sinto saudades. Dos desejos, dos planos parados, dos objetivos não alcançados. De todos que partiram de mim, de todos os laços repartidos em pedaços, voados para lá, tão longe que não posso mais alcançá-los, restando os fragmentos marcados em cada estágio da separação-individualização, ter que olhar e ver asas quebradas. Hoje não há mais heróis aranhas, nem super-homem ou mulher-maravilhas. Não! Hoje não há com quem se prender. Não há falsa sedução de teias para embrenhar. Tudo o mais anda direto abismo. Saltando entre os precipícios, tentando se salvar dos arranhões, dos quebramentos, das minas, dos que caem, dos que se machucam e se levantam sozinhos, seja lá ou aqui, todos estão na mesma mira miserável. Tentando aprender como se defender, resistindo, enfrentando as incertezas inteiras em qualquer lugar. Eu ia te contar tudo que sinto há tanto tempo, mas por favor, não venha me censurar, pois os cruzamentos surgem na vida da gente de repente tenha você direção ou não. Na real não existe certeza de nada, ninguém sabe de nada a fundo, além dos próprios sentimentos medrosos. Em qualquer momento a realidade desvia o destino, todo caminhar tem seus mistérios e ninguém está livre de dar com a cara no muro escuro onde quer que esteja ou vá, embora prefira sentir segurança e liberdade em qualquer tempo e lugar...

Cássia Nascimento
Enviado por Cássia Nascimento em 24/02/2016
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