Reaproximação
De repente desaparece a ilusão depois de vivida a experiência. De repente a visão se abre depois de permitido o conhecimento. De tanto clarão, as inquietudes, as preocupações, uma a uma derrubadas como peças num jogo de xadrez, caídas, destemidas, com a chegada do aprendizado. De repente olhamos e enxergamos tudo dentro e fora largamente. Com olhos de entender consentimos a libertação de si mesmo. Então, outro ciclo nasce na poesia. É como alcançar outra visão sobre si e sobre o mundo ao redor. É possível ir mais além, mais de mim, mais do nós. É possível se ver crescer. É possível sentir-se desancorada, cortada as raízes, desatada de tudo o que impede entender o amor próprio, aquele amor essencial para amar o outro. Ah, meu Deus, deslumbro é pouco quando quebramos as amarras que atrapalham avançar e atravessar barreiras rumo ao lado bom da vida. Oh, senhora liberdade, quando se abre, deixa vir puro sentimento, pura emoção. Deixa mais amoroso o coração, o corpo, a mente, a imaginação, a criação. Só de voltar a escrever já me faz tanto bem...