Distopia
Deus pesou a mão, quando me ofertou amor
Fora eu que pesei o dedo, quando te apontei
A primeira vez, única vez, terceira e quinta vez
Nossa historia pérfida de recomeços
passamos as tragédias gregas
os idílios, os sonetos
sobramos nus em nosso próprio peito
prendando fatos e flertando ao vento
minha fenda de tesouros tolos
tua face inenarrável e tão simples
teu amor me pragueja e me sustenta
teu amor me deu tudo
te amei com esse todo
abismo de carinhos ternos, trouxas
e de uma infinita felicidade
eu tinha o cheiro opaco das manhãs
tu tinhas a natureza selvagem da maça
queria ter te tragado mais forte,
guardado em mim tua voz
penso em deitar e viajar num sonho
com você
hoje quero lembrar do que nunca aconteceu.