AcorDAmor
De repente ela quis escrever, depois de ler: “Na minha idade, despertando finalmente para mim mesmo como ser humano, o aprendizado ainda não terminou. Não tenho mais vergonha de minha ignorância, nem medo...” de mostrar meus pensamentos, de deixar sair o que carrego na minha cabeça. Embora ninguém tenha me ensinado a arte da solidão, tive que aprendê-la sozinha. Ela se tornou necessária para não deixar minhas vontades ardentes morrerem. Para não desistir das ideias que amo calada. Sobretudo, do que me dá alegria e me ajuda descobrir partes minhas. Na escrita posso revelar o que guardo na memória seletiva. É certo de que minhas letras emitem sons, silêncios, tempo, ondas, medos, desejos, experiências de vida. E eu não posso detê-las se me faz tão bem reconhecer nelas - minhas assombrações, minhas inquietações - jeito de guardar e de romper minhas urgências. Fazer desse querer bem, motivação para seguir em frente. Sentir proximidade do prazer. Sentir disposição. Ficar a vontade com esse gosto bom, isso é tudo que mais quero, não reagir a esta satisfação. Se a vida é contínua não posso evitar sua manifestação. Então, sigo com ela, e que todo o mundo saiba disso; nunca mais vou negar minhas emoções. Vou me entregar, fazer dela o meu caminho só, pois a quero sempre mais.