Deixo andar

para sempre é uma palavra delicada, fácil de quebrar,

já que ninguém nunca é o mesmo, já que a vida é movimento

assim, estou e vou, pela estrada de manhã até o anoitecer

e quando o dia torna amanhecer ainda estou e vou

de manhã, à noite, até de madrugada pela estrada

desse modo, à vida amada, vou com ela

contemplativa sem esperar chegar bem longe

amanhã vive a me levar, solta, em toda beleza que há

na poesia, na pedra inda, no bambu que não se quebra

nem com a força da curvatura dura

diminuo a luz e a claridade nesse meu caminhar

quando estou e vou, deixo andar a vida.

Cássia Nascimento
Enviado por Cássia Nascimento em 26/08/2014
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