Passo a Passo sem Compasso

Sonho alto numas neblinas

entre passados maus

mortos enjeitados

Uns cadáveres...

de imagens ruins

Serenando luares

Quiçá amasse pesadelos

retratando esquinas

lugares desconfiados

O amôr destituído

Amante do criado

senhor do cadeado

Um lugar ausente de mim

Passos na calada noite

encerrando mistérios

matando o meu ego

Acautelada rainha

de passeios osséos

Sou esta menina torpe

um coisa destinado

Uma causa ornada

em palácios de rua

Desacordada vazia

de alma desnutrida

E sou tua assinatura-vida

caída ao lastro morno

de plácidos rios guizos

Chacoalhada ao leme

Embotada navegante

de mares de asfalto...

Louca? Talvez aos calos!

Batida pela ventana

Criada com riste léu

Abandonada e dizer-te

que sou tua perfídia

em muitos desejada

Confesso o que confio

entre amantes vagos

colegas de risonhos brios

Esta senhora revestida

de plena enlouquecida

Parteira das artes liras

Vem comigo enviuvar

o morto esposo duvidar

Certa de que sofrerei

a marcial mundanidade

e envolta em vestes

Destemida poetisa louca!

Jurubiara Zeloso Amado
Enviado por Jurubiara Zeloso Amado em 03/07/2014
Código do texto: T4867809
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