Passo a Passo sem Compasso
Sonho alto numas neblinas
entre passados maus
mortos enjeitados
Uns cadáveres...
de imagens ruins
Serenando luares
Quiçá amasse pesadelos
retratando esquinas
lugares desconfiados
O amôr destituído
Amante do criado
senhor do cadeado
Um lugar ausente de mim
Passos na calada noite
encerrando mistérios
matando o meu ego
Acautelada rainha
de passeios osséos
Sou esta menina torpe
um coisa destinado
Uma causa ornada
em palácios de rua
Desacordada vazia
de alma desnutrida
E sou tua assinatura-vida
caída ao lastro morno
de plácidos rios guizos
Chacoalhada ao leme
Embotada navegante
de mares de asfalto...
Louca? Talvez aos calos!
Batida pela ventana
Criada com riste léu
Abandonada e dizer-te
que sou tua perfídia
em muitos desejada
Confesso o que confio
entre amantes vagos
colegas de risonhos brios
Esta senhora revestida
de plena enlouquecida
Parteira das artes liras
Vem comigo enviuvar
o morto esposo duvidar
Certa de que sofrerei
a marcial mundanidade
e envolta em vestes
Destemida poetisa louca!