Silenciosa
Eu vi a poesia nas ruas
Nos passos largos das gentes
No mecânico corpo humano
Ela entrava no metrô
Subia descalço às escadas
De uma estação Trianon
Mas as pessoas não percebiam
Não olhavam sua forma
Nem escutavam suas métricas
Então a poesia passava
Como num texto corrido
De palavras não ditas
A vida em movimento seguia
Ampliando os espaços vazios
Entrelinhas silenciosas
Entre vidas sozinhas