Silenciosa

Eu vi a poesia nas ruas

Nos passos largos das gentes

No mecânico corpo humano

Ela entrava no metrô

Subia descalço às escadas

De uma estação Trianon

Mas as pessoas não percebiam

Não olhavam sua forma

Nem escutavam suas métricas

Então a poesia passava

Como num texto corrido

De palavras não ditas

A vida em movimento seguia

Ampliando os espaços vazios

Entrelinhas silenciosas

Entre vidas sozinhas

Cássia Nascimento
Enviado por Cássia Nascimento em 17/06/2014
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