Insano pássaro.

No lugar do coração ele tinha um insano pássaro que sempre escolhia o lugar errado de ser e estar.

Qual boneco sem vontades lutou contra a sanha que dominava a alma presa.

Tentou a receita de um bálsamo improvisado no desânimo dos vencidos; revirou as gavetas de uma alma cansada e rota. Usando os ingredientes que ali restavam, fez-se alquimista de um novo ser. Doravante seria racional e ponderado.

Assim pronto e travestido, olhou-se no espelho das ilusões supostamente banidas.

Riu e chorou. E misto de choro e riso, quedou-se de joelhos frente ao espelho cruel.

Eis que o pássaro do peito saíra, e do espelho, sorria vitorioso.

Jeanne Geyer
Enviado por Jeanne Geyer em 23/04/2014
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