Sempre quis
Vem se mostrar, vem me convencer
Traz seus bons olhos pr'eu ver
Que estou pronta pra ir
Que sons são estes que invadem teus ouvidos mulher?
É a vida te chamando para vivê-la...
Então vem, então vai. Diz sim, deixa ir...
Ascende a chama do fogo teu
Desse elemento tão dual, tão temeroso, tão gradual...
Diz sim para si mesma
Essa luta é tua e de mais ninguém
As decisões são tuas, são solitárias mesmo, são de dentro para fora
De novo a bifurcação nos caminhos teus
A parada, a chegada da escolha
Rompendo, cortando a vontade instalada desde sempre
Não é agora, não é hora talvez?
Espera um pouco mais. Não é para ser desse jeito
Então vem o sonho da barriga grávida, da gestação de risco
Do receio, do inevitável medo, da sombra dele
De perder a oportunidade ou de não conseguir continuar a gestação
De não poder, de não “ter poder” para seguir em frente
De ter que decidir com lucidez e rapidamente
Por que o tempo é ágil demais Ele não espera
Se não há outra condição a não ser, de parar de novo
Sem desistir definitivamente
Fica assim:
Empresta teus olhos
Para afastar as assombrações e os temores meus
Vem arejar meu coração angustiado por solução
Vem ascender minha visão
Dá-me um sinal
Vem e me faz mais audaz
Cada vez mais capaz de acreditar
Que ainda posso tentar continuar...