VENTOS
(Sócrates Di Lima)
Do que adiantam os ventos,
Que veem em minha direção,
Senão trazem alentos,
Nem paz para o meu coração.
Do que adianta os ventos,
Que partem sem direção,
Se não levam meus tormentos,
Nem as penas do meu coração.
Do que vale a brisa que chega,
E que roça a tez ao amanhecer,
Se só traz saudade e a esfrega,
O meu peito ao entardecer.
Do que adianta os ventos no calor,
Se quentes não causam nenhum frescor,
esses ventos não sopram a meu favor,
Nem com eles eu posso seguir,
Simplesmente porque não tenho para onde ir.
Do que adianta o vento sem chuvas,
Se a chuva é que traz os ventos....
É como olhar o nada nas curvas,
E ver apenas saudades nos pensamentos.
Enfim, no mergulho no abismo dos meus sentimentos,
Nem chuva, nem brisas e nem ventos....
Apenas os ecos dos meus vorazes momentos,
Distante do teu olhar que para minha alma são alimentos.