UM MORRO
Amargo a boca
nas costas da língua
o grito sufoca
a mente calcina
a velha fofoca
não és mais menina
o sol se debruça
por entre as colinas
eu pairo o tempo
trago o cigarro
queimo a língua
morro saudade
nuvem se aproxima
abaixo um penhasco
teus olhos pintados
negrume como a alma
que tinge o ciume
que grita calado
e chora acessa
o teu candelabro
talvez se um dia
eu morro ao teu lado.