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ECOS



Não estarei aqui
Para escutar o eco - se houver - 
Das minhas palavras,
Mesmo assim, hei de dizê-las.


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O eco não raciocina,
Repete, apenas, o que ouviu do vento
Quando há uma voz viva
Que lhe jogue a palavra.




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Algumas palavras enterradas
Voltam da Terra dos Mortos
Psicografadas
Pelas almas dos que ainda vivem.


Outras, por mais que gritadas,
Jamais deixam o nível das sepulturas
Onde foram enterradas,
Pois o eco detesta palavras rasas.




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Nos jogos de palavras,
Não há perdedores
Mas também não há vencedores,
Pois os ouvidos que ouvem
E as bocas que repetem
Serão todos preenchidos
Pela mesma terra
(talvez haja algum eco).




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Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 04/11/2013
Reeditado em 04/11/2013
Código do texto: T4555676
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