PÉS DE BAILARINA
Leve como uma bailarina
Que calejada do calo os pés satiriza
Sabe muito bem como pousar no chão em que pisa...
Como se de vestes me despisse da poesia
Como se pelos avessos não me reconheceria
Como se de minhas posses confinantes eu te libertaria...
No meu canto a formosura é tua perfeição
Quem me dera fosse o pó tua purpurina
Andaria pelo mundo nos desertos espalhando tuas pegadas femininas...
Quando então soubesses que estás além de mim
Nesta vida transitória que em nós se aninha
Saberias que fiz dos espinhos a rosa de teu jardim...