INTERAGINDO COM YANA MOURA

Em SERTÃO GUARIBAS,

Segues além de referências doídas

A um hoje mero veio d'águas esvaídas

Que mesmo em tempos de alongado estio

Revelou-se caudaloso rio,

Ora de terna brandura,

Por vezes tomado de indomável loucura,

Afagando,

Ou assombrando

A cidade para a qual se fez moldura.

Tempo escoado,

Verde no entorno devastado,

Leito assoreado.

Por cimento, pedra e ferro encarcerado,

Restou como fantasma assombrado

E não mais assustando

Tamanhas as forças que de si foram arrancando.

Quiçá como cloaca tomado,

Hoje é destino de rejeito indesejado.

Mas visualizo o Guaribas capturado

Qual metafórico painel delineado

Da nossa Picos ao descaso relegado,

Urbano sítio esteticamente devastado

Não obstante econômica afluência.

Sobre quem pesa a culpa da degenerescência?

E o que fazer pela cidade disforme?

Conclamo para um debate em rede fomentar,

Com vistas a remédios formular

Antes que em cinzas, qual o Guaribas, se transforme.

Alfredo Duarte de Alencar
Enviado por Alfredo Duarte de Alencar em 16/07/2012
Reeditado em 17/07/2012
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