NOITE MÁ
A noite da minha amada
Segue sendo atribulada
Por sono não satisfeito.
Dói-me n'alma e no peito
Tê-la bem junto a mim
Em vigília quase sem fim.
Nenhum recurso exterior
(massagem, unguento,
conversa, medicamento)
Exorciza o fantasma interior
Que lhe apavora
E seu auto-controle devora,
Desde o tempo de criança.
Argumentação racional
Não atenua o mal,
Nem assegura do mental repouso, a bonança.
Mas, nunca a convenço de que
Só trabalhando a psiquê
Vai ter o sono normal.
Dorme, amada,
É premissa irrecusada
Que, para a mim inteira te fazeres doada
Mister se faz teu desassombro, sim,
Eu em ti, tu em mim,
Entre nós dois, nenhum fantasma, NADA!