Olhos da tarde
Nuvens sediciosas
roubam o brilho do sol.
A tarde, órfã do arrebol,
derrete-se em lágrimas,
gotas de orvalho abissal
regam a relva retorcida.
O dia adormece,
vestido de lembranças,
a noite surge fulgurante,
a lua chega sorrindo,
no céu, o lume estonteante
deixa no ar um, "que"
de felicidade etérea.