Rogou-se

Rogou-se para o impossível diante de uma veste que poucos usam,

De um semblante que poucos expressam,

Diante de uma fé que poucos apuram.

Na pureza das grandezas de tal milagroso,

Entre as gotículas escorregam pela ceia oferecida,

Pelas mãos tortas desfloradas.

Driblaram-se as circunstâncias pela calmaria de que “tudo é possível para aquele que crê”.

Então, crê o corvo imaculado

De que o povo, inundado de maus dizeres, aborrecia sua crença.

Sua crença não atingia seus olhos, mas alimentava sua fé.

Não era utopia, era apenas no tempo certo.

Não no seu tempo, mas no tempo do seu senhor.

Ele apenas era um servo que lhe serviria pela vida inteira.

Sua recompensa não seria o ouro e, muito menos, a prata, mas o gozo de servir.

Deleitou-se na madruga, curvou-se ao céu.

Sua boca começou a sentir um fogo ardente lhe preponderar, suas mãos estremeciam, o tom de sua voz se alterou, suas veias e vias se estimularam.

As nuvens começaram a tomar formas estranhas; o céu começou a mudar de coloração. Eis que os ventos hesitaram, trazendo o que o tempo tinha lhe tirado.

Então, olhou para o céu e rogou: Seja feita a tua vontade, Senhor.

Renato F Marques
Enviado por Renato F Marques em 21/12/2011
Código do texto: T3399344
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