Limite
Deitada em meu colo
nas mãos, um livro.
Um coração pequeno no peito.
Suas lágrimas que não descem.
Levanta o corpo,
me abraça forte,
diz que está com medo.
Porque está tão tímida?
Posso ver seus olhos de cima.
Sua pele fria,
seu rosto pálido.
Ela deve estar muito desiludida.
Como foi subir
em seu pedestal?
Tão longe.
Protegida no alto.
Criou medo das pessoas.
Vê o mundo pequeno
não ouve voz alguma.
Não tentou
nem ao menos escutar
o que eu tinha a lhe dizer.
Foi indo devagar.
Medo de arriscar.
Agora
meu colo parece confortável.
Seu coração gelado.
Dois cubos de gelo.
Um copo com água e açúcar,
tenta se acalmar.
Pede desculpas,
quer me abraçar.
Paciência tem limite.