Distração
Esses dias,
eu tenho reparado mais.
Tenho observado mais seu caminhar,
teu jeito de falar e olhar.
E até seu jeito de mentir.
Tenho visto
todas as vezes em que
você passa a mão nos seus cabelos lisos e,
quando levanta delicadamente
o dedo indicador pra coçar
o olho por trás dos óculos.
Vi até seu jeito delicado de me enganar.
Tenho observado
pra onde seus olhos miram.
Descobri até,
que seus óculos são de grau
mais fraco do que precisa.
E que sua falsidade é maior do que eu pensava.
Consegue enganar-se a sí mesma.
Tenho duvidado de cada sorriso que você dá pra mim.
Tenho respeitado seu talento de atuar.
Toda essa tua simpatia,
eu sei que não é verdade.
Essa empatia que eu criei pelo colar do seu pescoço,
tem me deixado confuso e preocupado.
E toda essa antipatia que eu criei por você…
Bom, eu temo que seja amor.
Por que a cada vez que eu observo
você arrumar a alça do teu vestido,
as flores dele me encantam.
Daí eu digo que te odeio,
mas eu acho que é mentira.
Meu coração bate tão forte, não sei por quê.
Estou lutando contra minha vontade de me apaixonar.
Seus caminhos incertos,
me fazem sentir pisando em lama.
E mesmo assim, me dão vontade de aventura.
Mas se eu me perder
em algum atalho que eu fizer, por favor,
me dê o seu mapa
que me leve aos teus lábios.
Jogue seus cabelos
e continue a me enganar.
Me dê esperanças!
Te prenderei na minha jaula particular.
Estarei observando você.
Acho que isso é paixão,
ou talvez seja fixação.
Dane-se, você me distrai.