Louca parideira                 

Atesto que de tanto que invento
Parto de coisa nenhuma!
Confesso que por um breve momento
Desintegro o verso inventado
Por qualquer outro cenário
Que caiba no vão da unha...

Por mares que meu olhar se lança
Só alcança um pecado novo,
Por que será que o poema 
Desaparece por ser tanto,                                    
E no entanto comunga na carne             
Feito uma prece gemida no catre
Urgindo por clemência e socorro?

Não contesto a frase mal dita
Que a poesia cisma de parir!
Emudeço a palavra que ainda não foi escrita
Mas a boca do sentimentalismo é foda
E procria até mesmo
No processo invertido de existir...

Cristina Jordano
Enviado por Cristina Jordano em 13/07/2011
Reeditado em 13/07/2011
Código do texto: T3091911
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