Louca parideira
Atesto que de tanto que invento
Parto de coisa nenhuma!
Confesso que por um breve momento
Desintegro o verso inventado
Por qualquer outro cenário
Que caiba no vão da unha...
Por mares que meu olhar se lança
Só alcança um pecado novo,
Por que será que o poema
Desaparece por ser tanto,
E no entanto comunga na carne
Feito uma prece gemida no catre
Urgindo por clemência e socorro?
Não contesto a frase mal dita
Que a poesia cisma de parir!
Emudeço a palavra que ainda não foi escrita
Mas a boca do sentimentalismo é foda
E procria até mesmo
No processo invertido de existir...