QUEM ESTEVE POR AQUI
29.09.2008.
Se eu parar de querer, a vida acaba
O suspiro, o respiro
Meus olhos abertos
O mecanismo do cérebro
Se eu parar de sonhar, a vida acaba
O fôlego, a ânsia
Meus olhos fechados
O funcionamento da estrutura
Há um lugar onde meus pés irão caminhar
Frio; montanha; tundra
Ambientes sofisticados
Há um lugar onde deverei viver mais tarde
Varanda, rede, biblioteca
Outro idioma
O mundo real degladia com meu íntimo
Quando penso que tornei híbrido meu mundo
Assusta-te e o incompreende
O mundo real assusta-me constantemente
Quando penso que tornei-me apto
Deparo-me confuso com a praticidade
Longe de você fico longe de mim
Às vezes preciso disso
Mas sinto logo uma falta tremenda
Longe de você sinto falta de mim
Às vezes detesto isso
E não me sinto mais assim tão vazio
Sinais, códigos e lascas
Pela estrada vou encontrando
Piso nas folhas que fazem barulho
Marcas, tatuagens, enigmas
Pelos caminhos que vou criando
Piso espinhos e pedras
Quando penso escrevo tudo diferente
Embaralham-se as letras
Rascunho novas folhas ano após ano
Quando sinto, descrevo tudo diferente
Bagunçam-se os sentidos
Rabisco calhamaços dia após dia
Não sei donde eu vim
Logicamente ídem aonde vou
Sei que estou ao seu lado
Não sei o que realmente importa
Precisamente vivo o nascer de cada Sol
E bem mal sei onde você está
Já falei que minha república é de um homem só
Quem não é só em meio a tantos milhões?
Já falei que meu mundo é caranguejo
Quem não se encarapuça tanto para viver essa guerra?
Fui feliz cercado de árvores e plantas
Fui feliz cercado de rios e lagos
Fui feliz cercado de pedra, brita e tijolos
Fui feliz cercado de ferro, cimento e telhas
Faço do dia de hoje a certeza de que continuo eu mesmo
Faço dessa nova semana o muito querer do acerto
Faço desse mês que se achega uma nova oportunidade
Faço desse ano que se esvai uma saudade só desde então
Convivi comigo sem falar mal de mim
Convivi comigo sem largar-me de mão
Narcisicamente me adorei o quanto foi possível
Virei as folhinhas como outros não chegaram a virar
Olho as pessoas nas ruas e sei que estou por aqui há mais tempo que muitos
Muitos ainda vão passar por muita coisa que passei
Fugi dos preceitos como quem foge do diabo
Ignorei o certinho dos dogmas como quem foge da luz
Tentei acreditar num Deus preocupado com cada detalhe
Quando mais novo, cheguei a acreditar que profecias eram de inspiração divina
Cheguei a acreditar que no fim do túnel haveria uma luz que ilumina
Que meu direito realmente começa quando o seu termina
Torturei-me em quartos escuros achando-me tão errado
Amarguei suplícios comparando-me com outras biografias
Achei que os outros eram se não iguais, melhores (modéstia rsrs)
Quando eu estava para nascer o mundo já estava muito agitado
Depois disso tudo, tudo continuará igual
O tempo sempre foi meu maior amigo e meu maior inimigo
Nunca vi nada demais
Nunca aconteceu nada demais
Nada, por mais que muito seja demais
Que são treze livros?
Que são trinta e cinco anos?
Que são as árvores e os filhos que disponibilizei?
Tenho medos e arrepios
Tenho um certo pavor de querer muito do tempo
Ele costuma ser cruel com quem ama a vida
Tenho medos e arrepios
Tenho um certo asco pela vida simplória
Tal vida costuma ser bem vista na sociedade
Cada palavra que escrevo é toda a minha “marcianilidade”
Cada palavra que escrevo é toda a minha leviandade
Cada palavra que escrevo é toda a minha verdade
De verdade, não acredito que exista a mentira ou verdade
O certo e o errado, o bem e mal
Quem esteve aqui viu um mundo superficial e relativo
Quem esteve aqui sabe dos códigos que invento para pensar
Quem esteve aqui sabe um pouco de meu mundo redoma
Quem esteve aqui pouco entendeu daquilo que tampouco eu
29.09.2008.
Se eu parar de querer, a vida acaba
O suspiro, o respiro
Meus olhos abertos
O mecanismo do cérebro
Se eu parar de sonhar, a vida acaba
O fôlego, a ânsia
Meus olhos fechados
O funcionamento da estrutura
Há um lugar onde meus pés irão caminhar
Frio; montanha; tundra
Ambientes sofisticados
Há um lugar onde deverei viver mais tarde
Varanda, rede, biblioteca
Outro idioma
O mundo real degladia com meu íntimo
Quando penso que tornei híbrido meu mundo
Assusta-te e o incompreende
O mundo real assusta-me constantemente
Quando penso que tornei-me apto
Deparo-me confuso com a praticidade
Longe de você fico longe de mim
Às vezes preciso disso
Mas sinto logo uma falta tremenda
Longe de você sinto falta de mim
Às vezes detesto isso
E não me sinto mais assim tão vazio
Sinais, códigos e lascas
Pela estrada vou encontrando
Piso nas folhas que fazem barulho
Marcas, tatuagens, enigmas
Pelos caminhos que vou criando
Piso espinhos e pedras
Quando penso escrevo tudo diferente
Embaralham-se as letras
Rascunho novas folhas ano após ano
Quando sinto, descrevo tudo diferente
Bagunçam-se os sentidos
Rabisco calhamaços dia após dia
Não sei donde eu vim
Logicamente ídem aonde vou
Sei que estou ao seu lado
Não sei o que realmente importa
Precisamente vivo o nascer de cada Sol
E bem mal sei onde você está
Já falei que minha república é de um homem só
Quem não é só em meio a tantos milhões?
Já falei que meu mundo é caranguejo
Quem não se encarapuça tanto para viver essa guerra?
Fui feliz cercado de árvores e plantas
Fui feliz cercado de rios e lagos
Fui feliz cercado de pedra, brita e tijolos
Fui feliz cercado de ferro, cimento e telhas
Faço do dia de hoje a certeza de que continuo eu mesmo
Faço dessa nova semana o muito querer do acerto
Faço desse mês que se achega uma nova oportunidade
Faço desse ano que se esvai uma saudade só desde então
Convivi comigo sem falar mal de mim
Convivi comigo sem largar-me de mão
Narcisicamente me adorei o quanto foi possível
Virei as folhinhas como outros não chegaram a virar
Olho as pessoas nas ruas e sei que estou por aqui há mais tempo que muitos
Muitos ainda vão passar por muita coisa que passei
Fugi dos preceitos como quem foge do diabo
Ignorei o certinho dos dogmas como quem foge da luz
Tentei acreditar num Deus preocupado com cada detalhe
Quando mais novo, cheguei a acreditar que profecias eram de inspiração divina
Cheguei a acreditar que no fim do túnel haveria uma luz que ilumina
Que meu direito realmente começa quando o seu termina
Torturei-me em quartos escuros achando-me tão errado
Amarguei suplícios comparando-me com outras biografias
Achei que os outros eram se não iguais, melhores (modéstia rsrs)
Quando eu estava para nascer o mundo já estava muito agitado
Depois disso tudo, tudo continuará igual
O tempo sempre foi meu maior amigo e meu maior inimigo
Nunca vi nada demais
Nunca aconteceu nada demais
Nada, por mais que muito seja demais
Que são treze livros?
Que são trinta e cinco anos?
Que são as árvores e os filhos que disponibilizei?
Tenho medos e arrepios
Tenho um certo pavor de querer muito do tempo
Ele costuma ser cruel com quem ama a vida
Tenho medos e arrepios
Tenho um certo asco pela vida simplória
Tal vida costuma ser bem vista na sociedade
Cada palavra que escrevo é toda a minha “marcianilidade”
Cada palavra que escrevo é toda a minha leviandade
Cada palavra que escrevo é toda a minha verdade
De verdade, não acredito que exista a mentira ou verdade
O certo e o errado, o bem e mal
Quem esteve aqui viu um mundo superficial e relativo
Quem esteve aqui sabe dos códigos que invento para pensar
Quem esteve aqui sabe um pouco de meu mundo redoma
Quem esteve aqui pouco entendeu daquilo que tampouco eu